30 de novembro de 2011


Não entendo gente que não tem amor. Me causa estranheza. Por isso, cada vez mais, eu olho para dentro. Meu mundo interno é sempre arejado, com flor em vaso, cheiro de lírio e café passado, gosto assim. Por que, aqui fora, tem tanta bagunça? Sabe, eu queria acreditar fundo nas pessoas, mas ando com tanto medo. Depois de algumas experiências e expectativas fraturadas, a gente se protege. Agora, ando de capacete e joelheira quando saio para dar uma volta no mundo de fora. O mundo do jeito que é vezenquando me dói.

Percebo que expectativas fazem a gente se frustrar. Eu queria não esperar nada, não planejar coisa alguma, não nutrir aquele sentimento de espera. Quem tem expectativa espera algo de alguém. E, frequentemente, a gente se decepciona e tem que enfiar a mágoa no lixo da cozinha, amarrar bem e colocar na frente de casa, para o lixeiro levar embora. Mas nem sempre o cheiro a lixo sai de dentro da gente. Fica estragado, feito coisa vencida. Expectativa é isso: alguma coisa que venceu por não ter sido usada. E a gente nada mais tem a fazer, a não ser acender um incenso, comprar um aromatizador de ambiente ou Bom Ar, para tentar amenizar aquele odor que dá náusea.



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