19 de setembro de 2011

Ser verdadeira


"Sempre disse que relações eram complicadas, pois cada pessoa tem um padrão de funcionamento, histórias, conquistas, derrotas; bem como relações de amor, amizade, paixão.

 Desconfio que em todas elas temos tendência a usar maquiagem para tapar ou disfarçar imperfeições. É até natural e aceitável, mas passado um tempo o que era bonito fica borrado. Ninguém representa o tempo inteiro. 

Ninguém é bonito em todos os segundos. É sabido que nós temos defeitos e qualidades e porque diabos é tão difícil digerir essas idéias? Fica um caroço no meio da garganta e não desce por mais que você tome litros e litros de água.

 Se você está disposto a investir em um relacionamento tem que abraçar todos os conflitos e passado dessa pessoa, não obstante precisa, também, sorrir com o coração quando o outro está em estado de graça. Na hora do aperto tem gente que não aguenta; na hora da alegria tem gente que não suporta. 

O bom é saber se doar, conseguir dividir e equilibrar cada acontecimento e se sentir seguro, confortável e à vontade para ser quem você é. Sem julgamentos, sem desconfianças, sem pé atrás, sem dúvidas. Acordar sabendo que o colo é gratuito e verdadeiro. E mais: honesto. Enganos acontecem, inverdades entram por janelas, e nem por isso a gente desiste. Até que ponto vale a pena? Até onde você consegue, até onde não se trai. Todo mundo pode abandonar o barco, menos você.

 Costumamos fazer projeções, mas da mesma forma que elas surgem, desaparecem. Aquela é a sua grande paixão...até o dia em que deixa de ser. Vira lembrança. Aquele é o seu grande amigo...até o dia em que deixa de ser. Vira história.

 Pessoas entram e saem das nossas vidas, mas alguns fazemos questão de levar pela mão. São os que nos conhecem a fundo, que gostam do nosso jeito defeituoso de sentir. As qualidades não diferenciam e enobrecem as pessoas. Os defeitos sim. Adoro defeitos. Adoro pessoas imperfeitas. Adoro não entender. Isso é vida. 

Quem muito diz que sabe nem nasceu ainda."

Clarissa Corrêa.


Acho que esse foi um dos primeiros textos da Clarissa que eu li, e hoje me deu vontade de postá-lo aqui, tem muito de mim e do que eu sou, penso enfim do que eu vivi, vivo e ainda vou viver. Eu sempre de disse que sou inconstante, um ser mutante que detesto caras e bocas e fingir, representar quem eu não sou. Eu sou verdadeira demais digo coisas na lata, na bucha, não mando recados vou e lhe digo na hora, na cara.

Nunca gostei de rótulos nem de rotular, quem me conhece sabe disso, já perdi amizades por conta disso por não me esconder atrás de personagens, ou falar pra você o que você quer ouvi ao contrário de falar a verdade. Não! Não sou assim, eu falo, eu brigo, eu grito uma explosão de sentimentos.

Explodo mesmo e doa a quem doer eu sou assim e não vou mudar prefiro ser verdadeira do que me esconder atrás de quem e do que eu não sou.

beijos