19 de fevereiro de 2009

Não sei quantas almas eu tenho!


Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo :

"Fui eu ?"

Deus sabe, porque o escreveu.



Fernando Pessoa

Momento Pessoa de ser...ele é perfeito...as vezes sou até redundante quanto a poesia, mas quem me dera ter nascido com o dom para a poesia, não tem arte mais linda , fazer uso das palavras....tornando-as sentimentos reais e verdadeiros, quisera eu ter nascido na época do Romantismo, fazer parte daqueles que amam e usam as palavras da forma mais perfeita para demosntrar esse amor...ah CAMÕES, ah Álvares de Azevedo, ah Tomaz Antonio Gonzaga, ah Claúdio Manoel da Costa, ah Drummond, ah Cecília, ah Clarisse...eles são tão tão..que me faltam palavras...perfeitos ...incompreendidos na sua época...tão aplaudidos nos dias de hoje....essa é a explicação para minha paixão pela poesia...os incompreendidos um dia serão compreendidos ...entendidos e muito mais...vale lembrar um pouco de poesia não faz mal a ninguém, aliás faz uma limpeza na alma....eu hoje estou assim...de alma limpa...com meu jeito Pessoa de ser....
Beijos...
Gislaine

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